Essa é a minha professora, a mais querida na faculdade. Eu a conheci na primeira semana de aula, conversei com ela um dia só, após o fim das apresentações dos professores. E na semana seguinte ela não apareceu como havia prometido. Fiquei preocupada, até cheguei a perguntar, mas não procurei por ela. Passados vários dias fui até a coordenadora e pedi um telefone pra falar com a professora. A coordenadora me disse que la estava no Rio de Janeiro pra cuidar de sua saúde e me passou o seu telefone. Tentei ligar várias vezes, mas não conseguia completar a ligação. Até que um dia um homem atendeu o telefone, perguntei por ela e ele disse que ia passar pra ela, falei com ela, a desculpa de ter ligado foi que era pra perguntar o tamanho da camiseta que ela usa. Durante a conversa perguntei sobre a saúde dela, se estava tudo bem. E ela sem saber direito quem estava falando me contou tudo, como se já me conhecesse à muito tempo. Depois desse dia liguei algumas vezes pra saber como ela estava.
Quando ela voltou pra sala de aula, eu pude me apresentar, até acho que ela ficou meio surpresa, porque eu nem a conhecia direito. Não tive muito contato com ela no começo. Só fui passar a ter quando um dia ela procurou pra perguntar se estava tudo bem comigo, porque ela tinha me achado um pouco triste uns dias antes. Eu confesso que fiquei muito surpresa, eu não esperava que ela fosse na minha sala me procurar pra saber como eu estava. Desse dia em diante eu passei a ter um contato maior com ela, ela até chegou várias vezes a dizer que eu era amiga dela, mas que ela tinha poucas amigas mulheres, porque ela dizia que mulher é muito traiçoeira.
Ela foi minha professora no primeiro e segundo semestre da fauldade. Mas no começo desse ano, meu terceiro semestre, ela estava muito estranha, não me cumprimentava direito, mal dava oi, quem dirá falar comigo. Até que um dia perguntei se estava tudo bem com ela, se tinha acontecido algo, mas ela respondeu que estava tudo bem. Logo após disse que queria falar comigo, mas eu logo fui embora, fiquei com medo que o que ela queria era brigar comigo porque eu tinha reprovado da disciplina dela, mas eu estava enganada, antes fosse ela brigar comigo. Até achei que eu tivesse dito alguma coisa que ela não tivesse gostado. Depois disso não procurei mas ela, até o dia que uma colega me pediu pra levar um pedido de monitoria pra ela, aí eu fui na faculdade só pra levar esse pedido e entregar nas mãos dela. Mal falei com ela, mas eu tava com saudade de conversar com ela, esperei e depois de acompanhá-la, eu perguntei o que ela queria falar comigo. Ela foi bem clara quando disse que eu não dava espaço, que ela preza muito a liberdade e que os alunos falam mal e que até o marido dela não tava gostando disso. Ela disse que gostava muito de mim como amiga. Eu nem cheguei a ficar chateada com ela por causa dessas palavras, mas pensei que ela não mudaria comigo, que ela só queria um pouco mais de espaço. Não foi isso que aconteceu, ela parou literalmente de falar comigo, nem me dava atenção quando eu ia falar com ela, e ela não escondia isso. Quando passa por mim não me cumprimenta, só quando ta com alguém ou quando estou com alguém. Ou quando quer. Às vezes encontro com ela sem querer, e a impressão que tenho é, que se ela pudesse ela não passava perto.
Só queria que ela soubesse que gosto muito dela. Não da Professora Gilda, mas da Gilda. Porque ela não sabe, mas eu não gosto da professora Gilda, eu gosto daquela mulher amiga, compreensiva, conselheira, aquela que me ouviu por várias e aquela que confiava em mim e que acreditava em mim, que conseguiu várias vezes fazer eu acreditar que um dia eu seria alguém, aquela que disse que era minha amiga, e que me fez acreditar nisso. Hoje duvido se o que ela me disse era verdade, se ela queria mesmo ser minha amiga e que eu fosse sua amiga. Já não sei de mais nada. Agora fica uma situação estranha, um clima pesado, quando encontro com ela. Por várias vezes eu quis conversar com ela, assim como hoje, mas eu sei que ela nem deve se lembrar de mim.
Admiro ela pelo jeito como trabalha, pela coragem e pela vontade lutar. Pelo seu jeito mulher, mãe, e às vezes menina. Pelo carisma, beleza e principalmente pela sua sinceridade.
Agradeço a Deus por a ter conhecido, sem saber ela me ajudou a sair do meu mundinho depressivo, nem precisei tomar mais nenhum remédio.
Vou rezar para que um dia a gente possa conversar como antes, pra que eu possa contar com ela e ela contar comigo. Que possamos um dia ser amigas de verdade.
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